Os sintomas da dorsalgia são como dores nas costas, mas atingem, principalmente, a região dorsal. Para um diagnóstico e tratamento adequado, procure ajuda de um médico ortopedista.
A dorsalgia, um tipo de dor nas costas, aparece entre os principais motivos dos casos de auxílio-doença concedidos pelo INSS nos últimos 10 anos. A dorsalgia ocorre com maior intensidade na região do dorso (a parte mais alta das costas), e pode afetar a mobilidade e locomoção do corpo.
“A dor na região dorsal se deve, principalmente, a alterações na musculatura da região, na maioria das vezes associadas ao estresse e erros posturais ao longo do expediente de trabalho. Também pode estar associada a outras situações mais graves, como neoplasias, doenças infecciosas, metabólicas ou trauma”, comenta o médico ortopedista Vitor Mendes.
Dorsalgia: sintomas e diagnóstico
Dificuldade para respirar e sensação de “pontada” e “queimação” no dorso são alguns dos sintomas da dorsalgia. Pacientes relatam desconforto ao realizar movimentos, como dirigir, levantar peso, praticar atividades físicas e até mesmo para dormir.
A dorsalgia, muitas vezes, está associada à má postura, falta de hábitos saudáveis e sedentarismo. Doenças e lesões também podem causá-la, como hérnia de disco, artrose, fibromialgia, alterações na coluna – lordose, escoliose e cifose, entre outras.
No consultório, Vitor Mendes explica que é feito um exame da coluna do paciente para identificar se existem deformidades, contraturas musculares e possíveis limitações de movimentos. “Para o diagnóstico também pode ser necessária a realização de exames como radiografias e ressonância magnética”.
Tipos de dorsalgia: aguda, subaguda e crônica
Os tipos de dorsalgia se diferenciam pela intensidade e tempo em que a dor permanece no corpo do paciente. São eles:
- Aguda: é caracterizada pela duração dos sintomas de até seis semanas. A recuperação do paciente e o sumiço das dores, normalmente, ocorre em um mês.
- Subaguda: esse tipo de dorsalgia tem duração dos sintomas de seis a 12 semanas, e costuma melhorar em até três meses.
- Crônica: é o tipo mais persistente da dorsalgia. Pode durar 12 semanas ou mais. A recuperação do paciente é mais lenta.
O diagnóstico de pacientes com queixa de dor nas costas deve ser rápido para que o tratamento da dorsalgia seja iniciado o quanto antes. Dessa forma, as probabilidades de recuperação são maiores para o paciente com incômodos na coluna.
Causas da dorsalgia: o que a provoca?
A dorsalgia pode ser causada por outros problemas de saúde, como tumores, traumas, infecções, distúrbios metabólicos, estruturais e degenerativos. O médico Vitor Mendes explica:
- Dorsalgia mecânica: é a principal causa, e ocorre com a contratura da musculatura dorsal, periescapular e do trapézio. Muito presente nos dias de hoje, está associada com a vida estressante das grandes cidades, ritmo de trabalho, tabagismo, falta de atividade física e erros posturais. É caracterizada pela presença dos chamados pontos gatilhos ao longo das fibras musculares.
- Dorsalgia neoplásica: indica a existência de tumores benignos e malignos, primários ou metastáticos. Muitos pacientes que falecem por neoplasia maligna apresentam metástases ósseas, sendo a coluna vertebral o local mais comum.
- Dorsalgia traumática: o trauma da região dorsal é bastante frequente. Pacientes que apresentam dor de forte intensidade devem fazer um exame físico minucioso e exames complementares.
- Dorsalgia infecciosa: indica infecções das estruturas da coluna dorsal, podendo comprometer o tecido ósseo, discal ou nervos (Herpes Zoster), tanto em crianças quanto em adultos. Pode ser classificada como fúngica e bacteriana.
- Dorsalgia metabólica: pode indicar a osteoporose, doença degenerativa que causa diminuição da massa óssea e aumento do risco de fraturas na coluna vertebral dorsal – que podem acontecer no dia a dia, sem mecanismo de trauma associado.
- Dorsalgia estrutural: pode indicar a doença de Scheuermann, também conhecida como dorso curvo juvenil, sendo predominante nos homens. Também pode caracterizar um caso pós-traumático, como sequelas de fraturas e deformidades.
- Dorsalgia degenerativa: indica a espondilose, processo que afeta a coluna vertebral e causa alterações degenerativas progressivas dos discos intervertebrais, corpos vertebrais, facetas articulares e estruturas cápsulo-ligamentares.
Tratamento da dorsalgia: remédios, fisioterapia ou cirurgia?
O médico ortopedista Vitor Mendes explica que o tratamento da dorsalgia deve levar em consideração o quadro específico do paciente e os fatores que o causaram. “Dependerá também do local da dor (concentrada ou em toda a coluna) e tipo (aguda, subaguda, crônica)”.
Normalmente, o tratamento é conservador com métodos não-cirúrgicos: anti-inflamatórios, sessões de fisioterapia e exercícios de fortalecimento. Em outras situações, são indicados medicamentos injetáveis e tratamentos alternativos – quiropraxia, acupuntura e estimulação elétrica nervosa transcutânea.
“Em alguns casos, como hérnias de disco ou fraturas, o tratamento da dorsalgia pode ser por meio de cirurgia”, complementa o Dr. Vitor Mendes – CRM/SP 146462. “Felizmente, essas situações são bem menos frequentes.”
Evite a automedicação. Procure um médico para investigar!
É essencial que os pacientes com sintomas da dorsalgia procurem um médico para investigar o tipo da lesão e o tratamento mais adequado. A automedicação é perigosa e pode comprometer ainda mais a saúde.
Lembre-se: somente o médico conhecerá os sintomas e poderá indicar o remédio, a dosagem adequada e a duração do seu tratamento.