O coronavírus causou muitas mudanças em todas as áreas. A telemedicina voltou ao debate no Brasil e deve continuar pós-covid-19.

Covid-19 e telemedicina: atendimento médico a distância em debate

O coronavírus provocou mudanças em vários aspectos da sociedade no Brasil e mundo afora. A telemedicina é um exemplo que voltou ao debate durante a pandemia e deve continuar pós-covid-19. 

Neste período, a telemedicina passou a ser permitida (Lei 13.989, 15/04/2020) em todas as especialidades médicas, e os procedimentos não se restringem aos casos de coronavírus. 

Todas as informações da consulta a distância devem constar em um prontuário médico, com o registro do profissional, data, horário e o tipo de tecnologia usada.

Enquanto a recomendação das autoridades sanitárias for manter o isolamento, a telemedicina tende a contribuir para a contenção do coronavírus. 


Por que o atendimento médico a distância é motivo de discussão? 

O atendimento médico a distância é motivo de discussão antiga entre os profissionais e estudiosos da área. 

O tema ganhou ainda mais destaque com o isolamento causado pelo coronavírus, o que obrigou posicionamento das autoridades médicas e governamentais quanto à prática.

A possibilidade do uso de algumas modalidades da telemedicina pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) vale em caráter excepcional e enquanto durar o combate à pandemia. 

O CFM, porém, ressalta que o exame médico presencial é a forma eficaz e segura de realizar o diagnóstico e tratamento de doenças. 

O governo federal também só autorizou a prática temporariamente como medida de prevenção e contenção do coronavírus.

Já a Associação Médica Brasileira (AMB) afirma que a incorporação de novas tecnologias à medicina “é um caminho sem volta e que esse avanço pode ser muito positivo, desde que disciplinado por diretrizes responsáveis, com foco no fortalecimento da relação médico-paciente.”


Telemedicina x contato pessoal entre médico-paciente

O médico ortopedista Vitor Mendes, que atua em clínicas particulares e pronto-socorro de São Paulo, acredita que a telemedicina tem sido um recurso importante para auxiliar no atendimento à população em meio ao cenário de alto risco à saúde pública devido ao coronavírus. 

Mas, ressalta: “é essencial lembrarmos que nada substitui a consulta presencial com o seu médico de confiança. Um diagnóstico preciso depende do contato com o paciente, através do exame físico e da observação dos sintomas de perto.”

Enquanto a telemedicina pode ajudar em tempos de pandemia como esta que estamos vivendo, sua eficácia não deve ser comparada ao contato pessoal e presencial entre médico-paciente.


Consulta presencial possibilita maior atenção ao paciente

O Dr. Vitor Mendes está em plena atividade no atendimento presencial aos seus pacientes. Ele afirma que as medidas de proteção, como higienização do ambiente e equipamentos médicos, assim como uso de EPIs pelos profissionais, estão sendo realizadas nos locais que atende.

Neste período de pandemia, os casos menos graves podem ser atendidos via telemedicina, o que ajudará a não sobrecarregar o sistema de saúde. Mas, é preciso cuidado para não tornar essa prática comum e, consequentemente, desvalorizar a importância do contato pessoal.

“Para as pessoas que puderem sair de casa e estiverem necessitando de acompanhamento médico com urgência, o ideal é procurar atendimento no consultório. Mas, claro que adotando as devidas medidas de proteção, como o uso de máscara e higienização das mãos”, afirma Vitor Mendes.


O que é permitido na telemedicina no Brasil

De acordo com o CFM, a telemedicina no Brasil pode ser exercida nos seguintes moldes, em caráter de excepcionalidade e enquanto durar a batalha contra a Covid-19:

  • Teleorientação: que permite que médicos realizem a distância a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento; 
  • Telemonitoramento: possibilita que, sob supervisão ou orientação médicas, sejam monitorados a distância parâmetros de saúde e/ou doença; 
  • Teleinterconsulta: permite a troca de informações e opiniões exclusivamente entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.

De acordo com a Resolução CFM nº 1.643, de 2002, e que está sendo usada como base para as regras vigentes durante a pandemia,  a telemedicina é o exercício da Medicina através da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em Saúde.

Em caso de emergência, ou quando solicitado pelo médico responsável, a Resolução determina que o médico que emitir o laudo a distância poderá prestar o devido suporte diagnóstico e terapêutico. 


Como funciona a telemedicina em outros países?

Com o coronavírus, houve um boom da telemedicina na China. Um exemplo é o hospital da cidade de Xangai, que passou a registrar mais de 5 mil atendimentos nesta modalidade em apenas algumas semanas, mesmo com sua plataforma online ativa desde 2015.

Já na Itália, um dos países mais afetados pela contaminação, Lodi, Busto Arsizio e Gallarate são algumas das cidades que já estão usando a telemedicina em época de Covid-19.

A situação nos Estados Unidos é um pouco mais complicada, porque a prática da telemedicina, mesmo regulamentada há algum tempo, ainda enfrenta restrições em determinadas regiões do país.

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